Educação Musical na Quarentena
No contexto desta quarentena a educação musical, como toda a escola, precisa ser reinventada. Agora ela precisa brotar num terreno totalmente diferente daquele onde se desenvolvia. Mas como? O que podemos fazer?
Precisamos apresentar o baião às crianças. Precisamos trabalhar o ritmo. Que tal então aproveitar a dificuldade como impulso para descobrir novos caminhos? Podemos, por exemplo, usar a percussão corporal e todas as suas possibilidades latentes. Podemos usar também potes, caixas de sapato, panelas, copos de plástico: nossos instrumentos musicais reinventados. Lápis, hashis, colheres de pau, podem ser nossas baquetas. Podemos deixar a descoberta dos sons correr solta dentro de casa. Fora os instrumentos já conhecidos, presentes em muitos lares. Podemos apresentar Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, de forma divertida. E podemos mostrar esse baião, pérola nordestina da nossa cultura, de maneira viva, batucando, sorrindo, cantando e dançando. Podemos até construir uma boneca, dançar com ela e provocar nas crianças a curiosidade e a vontade de brincar e se movimentar, sentir o ritmo e se expressar. De quebra, podemos ainda descobrir, sem querer, a história de uma valente paraibana chamada Gertrudes Maria: o nome da nossa boneca dançante.
Só não podemos nunca nos esquecer de que tudo o que as crianças e suas famílias mais precisam nesse momento é de acolhimento e compreensão. Ou seja, todo o encantamento que tentamos cultivar nos pequenos só vai brotar nesse clima frio da educação à distância se for iluminado pelo sol maior da empatia. E o único jeito disso acontecer é abrindo nossas janelas e portas e deixando esse sol entrar.
Para assistir a construção dessa boneca clique no link.
Fernando Garcia
(Professor de Música dos 2ºs e 3ºs anos do Ensino Fundamental 1)