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Inovação, empreendedorismo e solidariedade em tempos de pandemia: como os alunos da Iniciação Científica do EM ECC estão transformando a realidade escolar por meio da tecnologia

 

Seis alunos, da 1ª e 2ª série do Ensino Médio da Escola Comunitária de Campinas, orientados pelo professor de Física do Ensino Médio Edson Souza, formaram um grupo de Iniciação Científica.

O projeto, formatado pelo Núcleo de Ciências da Natureza, foi criado no início deste ano, com a ideia de fazer algo concreto, que tenha impacto em nossa Comunidade Escolar, e que agregue conhecimento e aprendizado aos alunos.

Segundo Edson, antes de elegerem o objeto de investigação da Iniciação Científica, eles dividiram a escola em setores (esporte, administração, manutenção, enfermagem, refeições, etc.), analisando o que seria um gargalo em cada uma dessas áreas, de modo que a análise dos processos desenvolvidos por elas pudesse levar à proposta de um produto que viesse a contribuir para a melhoria das atividades oferecidas.

Assim, quando chegaram na cantina da Escola, encontraram indícios de que os processos de pedidos e entregas das refeições poderiam ser otimizados, quem sabe com o desenvolvimento de um aplicativo customizado. Ficou definido que a proposta investigativa iria nessa direção. Para tanto, o professor Edson buscou e firmou uma parceria com a Empresa Movile, especialista na arquitetura de aplicativos, sendo dois de seus produtos mais famosos o Ifood e Play Kids!

Após esse processo foram abertas as inscrições, e o grupo foi formado por estes seis alunos: Amanda B. Atala, Caetano T. Hansen, Carolina C. Ferreira, Irene Q. de Holanda, Lívia A. Kitamura e Luiza P. Matta. “Uma Iniciação Científica precisa de gente que tenha resiliência, que não desista, e conseguimos formar uma equipe muito bacana. As pessoas aqui são todas muito comprometidas com o projeto”, contou Edson.

Amanda Berto Atala nos contou que quando voltaram aos encontros virtuais, durante a pandemia, um dos primeiros passos foi marcar uma reunião com Sandro, proprietário da Cantina, e Sílvia Henrique de Campos, nutricionista responsável. Durante a conversa buscaram entender qual a visão deles que estão dentro da Cantina, como funciona o processo e como poderiam, fazendo parte da Iniciação Científica, contribuir. Paralelamente a essa conversa o grupo também submeteu um formulário aos professores do Ensino Médio, para entender como eles viam os serviços de pedidos e entregas das refeições.

Amanda falou sobre a importância dessas primeiras ações para entender de que forma poderiam ajudar. “Os participantes da Iniciação Científica têm a visão dos alunos, e a gente queria ter a visão de dentro da cantina e de outros usuários, para termos uma visão mais completa da questão. Percebemos que estávamos muito focados em como trazer experiência boa para os alunos e usuários da cantina, e após a entrevista com o Sandro e a Silvia percebemos que tínhamos que focar em como ajudar eles dentro da cantina a otimizar o processo”. Nesse momento, se confirmou a hipótese de que a utilização de um aplicativo, desenvolvido pelos alunos da Iniciação Científica, poderia ajudar muito no aperfeiçoamento do serviço oferecido.

Conforme explicou o professor Edson, quando se inicia uma investigação existe um projeto, uma pergunta e é “a investigação que mostra para onde você vai, qual é o caminho que você vai trilhar (…) São os dados que nos mostram o caminho”. Após reuniões semanais, os participantes da Iniciação foram se adaptando aos novos acontecimentos: o fechamento da cantina por conta da suspensão das aulas e o fato do Sandro passar a oferecer refeições aos finais de semana em um local fora da escola.

O grupo começou a discutir e refletir de que maneira poderiam adequar o projeto investigativo a essa nova realidade. Ideias foram discutidas e chegaram à conclusão de que neste momento de isolamento social, o que ajudaria seria a criação de um site, que divulgasse os pratos oferecidos pelo Sandro e facilitasse os pedidos feitos pelos clientes da comunidade escolar. Isso pareceu ser algo prático e que daria um retorno em um período menor de tempo.

O site foi construído e está no ar sendo utilizado por centenas de usuários. Os alunos ainda tomaram o cuidado de capacitar o Sandro para que ele mesmo pudesse atualizar o cardápio semanal. “Um dos passos principais desse processo todo foi a adequação do projeto a partir das novas informações. Primeiro estudamos a estrutura do que iríamos fazer, que seria uma investigação do problema. Em seguida, partimos de uma teoria que iríamos ajudar os alunos, mas isso foi se modificando a partir da nova realidade”, conta Irene.

A investigação segue e os alunos e o professor Edson, nesta fase da investigação, começam a trabalhar com os técnicos da Movile para a construção do aplicativo customizado que deverá impactar os serviços oferecidos pela cantina da ECC no retorno das aulas presenciais no próximo ano!