Grupo Samba de Bumbo Nestão Estevam realizará uma intervenção artística durante o bate-papo com a educadora e pesquisadora Jussara Santos
Por Clara Viana:
Fonte: Urucungos, Puitas e Quijengues
O grupo “Samba de Bumbo Campineiro Nestão Estevam” abrirá o evento com a educadora, pesquisadora e doutora em Educação e relações étnico-raciais Jussara Santos, sobre o lançamento do livro Democratização do colo: Educação antirracista para e com bebês e crianças pequenas (Papirus Editora). A apresentação musical levará ao público a manifestação afro-brasileira típica do interior paulista, com batuques, danças e cantorias que celebram as identidades negras na região.
O Samba de Bumbo Nestão Estevam, um dos movimentos populares e tradicionais mais marcantes de Campinas, foi declarado Patrimônio Imaterial pela Lei Municipal nº 14.701 em 2013 e registrado em 2018 no livro “Forma de Expressão”. A solicitação partiu do Mestre Alceu José Estevam, herdeiro da tradição e representante direto de seu avô, Estevam Ernesto, líder do “Batalhão” e figura essencial na consolidação do samba de bumbo no interior paulista, especialmente em seu auge na década de 1920.
Na apresentação, o protagonista é o bumbo, também chamado de zabumba, instrumento de percussão que conduz toda a manifestação, acompanhado pela caixa e pelo chocalho. O bumbeiro exerce a liderança, e, na Comunidade do Samba de Bumbo Nestão Estevam, esse papel é atualmente desempenhado pela Detentora Mestra, Rosa Liria Pires Sales, que comanda o canto, a percussão e a dança.
Bate-papo com Jussara Santos:
O evento acontecerá no dia 19 de maio (segunda-feira), às 19h30, na Escola Comunitária de Campinas. Após o encontro, a autora fará uma sessão de autógrafos. O livro pode ser adquirido nas livrarias e também será vendido no local.
A obra de Jussara Santos aborda os conceitos de raça, racismo, branquitude e como esses se apresentam nas relações entre bebês, crianças e adultos envolvidos nos processos de educação.
Samba de Bumbo:
O Samba de Bumbo é uma manifestação afro-brasileira típica do interior do Estado de São Paulo e com grande expressividade em Campinas, também presente em Pirapora de Bom Jesus, Tietê, Santana do Parnaíba, Salto, Vinhedo e São Paulo, capital. É uma das principais manifestações de batuques, danças e cantorias de autenticidade e identidade negra paulista, levando em consideração que a sua criação, desenvolvimento e prática partiu dos afrodescendentes instalados nos perímetros rurais e urbanos campineiros.