Alunos dos 9ºˢ anos trabalham conceitos de tridimensionalidade inspirados em artista Lygia Clark
Por Betina Mantoan e Ana Helena Grimaldi
Lygia Clark (1920-1988), reconhecida como uma das mais aclamadas artistas brasileiras, continua a cativar o público com sua arte contemporânea. Atualmente, sua obra intitulada “Projeto para um planeta”, marcada pela investigação de relações espaciais e de uma arte interativa e sensorial, ocupa as sete salas expositivas da Pinacoteca de São Paulo. A mostra oferece uma visão panorâmica das diversas fases e fundamentos do trabalho dessa artista mineira e convida os visitantes a mergulharem nas obras que desafiam as fronteiras convencionais da arte.
Lygia Clark foi pioneira na criação de obras que convidam o espectador a se envolver ativamente, destacando-se pela união entre arte e vida. Um exemplo emblemático é sua série “Casulo” de 1959, na qual explorou a noção de espaço através de composições em metal fixadas na parede. Essas obras, que transcendem o plano bidimensional, criam lacunas e áreas internas, desafiando a percepção do espectador.
A série “Casulo” evoluiu para os “Bichos” no ano seguinte, apresentando placas de metal unidas por dobradiças que permitem manipulação pelo público. Essas obras interativas convidam os espectadores a explorarem as possibilidades de transformação e reconfiguração, refletindo o compromisso de Lygia Clark com a participação ativa do público na arte.
Estudantes dos 9ºˢ anos do Ensino Fundamental 2 foram inspirados pelas obras da artista para explorar conceitos de tridimensionalidade em seus próprios trabalhos, durante as aulas de Artes Visuais. Utilizando colagem e pintura em papel cartão, eles criaram superfícies que se projetam no espaço, em uma homenagem à obra visionária e inovadora da artista.
Fotos: Ana Helena Grimaldi