Respire fundo: Alergias e cuidados na escola
Existem muitos tipos de alergias e de cuidados com cada um de nós! Quando estamos em uma comunidade é necessário olhar o outro com atenção, é necessário ter cuidado para com o próximo. Os pais e cuidadores dessas crianças precisam ter um olhar superatento a qualquer mudança que possa acontecer, pois nem sempre sabemos do que eles podem ter alergia e quando aparecerá!
Essas reações podem se iniciar com situações simples evoluindo até as mais complexas que nem podemos imaginar!
Você já pensou nisso? Existem diversos tipos de alergias e intolerâncias, que em um primeiro momento podem trazer um pequeno mal-estar ou até cuidados emergenciais, e complicações crônicas, dependendo
do caso.
A alergia pode aparecer a qualquer momento da vida, em contato com uma substância e com sua vulnerabilidade emocional ou física.
Essas condições podem mexer com o estado emocional, social e mental da pessoa que sofre com tal condição. Alguns indivíduos, em decorrência das questões que afetam sua saúde, necessitam mudar o estilo de vida para não sofrer muito. Nesse sentido, em alguns casos as pessoas sofrem consequências psicológicas, como ansiedade, isolamento social ou depressão.
Você sabia que no Brasil, segundo a Associação de Alergia e Imunologia (ASBAI) mais de 30% das pessoas possuem algum tipo de alergia e esse número continua subindo?
As alergias podem se categorizar, principalmente, em: alimentares, de contato com produtos, respiratórias, cutâneas e medicamentosas.
• Alimentares: qualquer alimento pode causar alergia, apresentando como principais sintomas: coceira na boca ou na garganta, inchaço, vômitos, tontura, dor abdominal, dificuldades de respirar e diarreia.
• De contato com produtos: os sintomas podem levar dias para aparecer, mas iniciam-se com vermelhidão na pele e coceira intensa.
• Respiratórias: essas podem ser de diversas características e podem se manifestar de origens que nem imaginamos, como pólen, animais, cheiros, poeira, fungos, produtos químicos, cheiros diferentes, dentre
outros.
• Cutânea: é caracterizado por uma inflamação na pele após a pessoa ter contato com algum organismo que estimulou a alergia.
• Medicamentosa: podem surgir de diferentes formas, como um inchaço ou alguma outra reação no corpo.
Aqui um ponto de atenção: muitas vezes, existem curativos que compramos nas farmácias que podem ter componentes alergênicos, importante sempre questionar a pessoa e ler o rótulo!
Na escola os cuidados com a criança com alergia devem ser:
• Manter a ficha de informação de saúde com detalhamento sobre os quadros de alergia do aluno.
• Solicitar que os pais apresentem laudo médico explicando os possíveis sintomas em caso de reação, a potencial gravidade dessa reação alérgica, inclusive com possível anafilaxia e o tratamento em cada uma delas.
• Manter medicação prescrita nos casos indicados pelo médico, com a prescrição e demais orientações para atendimento de primeiros-socorros.
• Manter toda a equipe informada sobre o quadro de saúde do aluno e sobre os cuidados necessários.
• Evitar a contaminação cruzada, ex.: mesa de lanche coletivo.
• Em caso de dúvida, não oferecer alimento para a criança antes de entrar em contato com a família.
• Promover diálogos com a turma, explicando sobre os cuidados que devem ter com a criança alérgica, com a preocupação em não isolar ou rotular o aluno.
Cuidados que as famílias devem ter:
• Manter os dados dos alunos sempre atualizados, de preferência a cada 6 meses, atualizando sobre o quadro de saúde do aluno.
• Conversar com as crianças em casa sobre o cuidado com colegas que apresentam algum quadro de saúde alérgico.
• Nas comemorações, como festinhas de aniversário, comunicar a escola com antecedência para que os cuidados necessários possam ser tomados, como adaptação da alimentação do aluno, sem que fique
excluído da comemoração.
• No caso de entrega de lembrancinhas, conferir com a escola se existe alguma restrição alérgica para que as adaptações possam ser feitas sem excluir nenhum aluno.
• Dependendo da gravidade das reações, é até aconselhável colocar um identificador (uma pulseira, por exemplo).
É importante conversar com as crianças em casa e na escola sobre o compartilhamento de lanche e materiais, sobre os riscos que essa prática pode apresentar, pois o colega pode ser alérgico e ser gravemente prejudicado. O diálogo esclarece dúvidas, orienta sobre o assunto e torna a situação mais empática para todos.
Se cada um respeitar e cuidar de si e olhar o outro com suas particularidades, teremos uma comunidade unida e com suas alergias cuidadas!
Sharon Caridá Ortolani
Terapeuta ABA/ Aplicadora Teste Denver II
Mãe dos alunos: David Ortolani – 3 ano Fundamental 1
Raquel Ortolani – Infantil 4
Colaboração: Lilian Belo – Enfª Sup. Ambulatório ECC
Referência: Associação Brasileira de alergia e Imunologia – ASBAI – O que as escolas precisam saber para receber uma criança com alergia alimentar.